Os disturbios do sono na criança maior podem se apresentar como distúrbio isolado ou combinado a outras manifestações, fisiológicas ou comportamentais, como sintomas de um transtorno emocional. Podem afetar a criança e a família, originando dificuldades no funcionamento familiar.
Até os 3 anos são mais freqüentes as irregularidades ou alterações nos hábitos de sono. Quando começa na primeira infância, até a idade escolar, as parassonias ou transtornos fisiológicos do sono são mais comuns. Na época da adolescência a insônia e a hipersonia já começam a ser identificadas.
Transtornos com irregularidades e alterações nos hábitos de sono ocorrem em menores de 2 anos. A criança acorda várias vezes à noite, pode chorar e voltar a dormir; em algumas ocasiões, quer dormir com os pais ou solicita sua presença no quarto, prejudicando o funcionamento familiar.
Existem outros tipos de Transtornos fisiológicos do sono?
Sim. Os principais distúrbios do sono, na infância, são divididos em 2 modalidades, as dissonias e as parassonias.
Dissonias: relacionadas com a qualidade, quantidade e período de sono. Dividem-se em:
- Dificuldade em iniciar e manter o sono: insônia (pelo menos, 3 vezes na semana) e fadiga diurna. Pode estar associada a eventos específicos e estressantes, não persistindo por mais de 3 semanas; ou persistente, em crianças tensas, rígidas, obsessivas e com queixas somáticas;
- Distúrbio de sonolência excessiva: Hipersonia e sonolência durante o dia. Associam-se, geralmente a desatenção, preguiça e lentidão na aprendizagem. Na narcolepsia, os sintomas são catalepsia, paralisia muscular e alucinações. A apnéia é condição potencialmente letal, caracterizada por sonolência excessiva de dia e roncos, com períodos de cessação da respiração durante o sono. É comum a apnéia do sono associar-se a hipertrofia de amígdalas e adenóides, com obstrução quase total da entrada de ar.
Parassonias: disfunções associadas com o sono. Geralmente, não são sinais de patologia física ou psicológica. Incluem:
- sonambulismo: criança senta na cama e pratica ações repetidas com verbalizações muitas vezes não-compreensíveis. Em outros momentos, caminha, geralmente voltando após, para sua cama. Dura 10 a 15 segundos (raramente, até 30 minutos). Os pais costumam preocupar-se, pois as crianças não têm expressão facial, parecem confusas quando acordam e não respondem ao contato;
- terror noturno (é assustador para os pais): criança acorda agitada, gritando e chorando inconsolável; quando o episódio termina, volta a dormir, não lembrando o que ocorreu. Há aumento da freqüência cardíaca e respiratória, sudorese e midríase. Difere do pesadelo, que ocorre geralmente pela manhã, está associado ao sono REM, e no qual a criança acorda os pais no fim do episódio, consegue ser consolada por eles e descreve o conteúdo do sonho.
- Após fase de enfermidades.
- Fatores farmacológicos como corticosteróides, broncodilatadores, anfetaminas, álcool e outras drogas.
- Estados depressivos, ansiosos e transtorno de estresse pós-traumático.
Orientação pediátrica inicial. Encaminhamento a especialista (neurologista, psiquiatra ou psicólogo) se ocorrer transtorno grave e refratário às medidas gerais.
Deve-se orientar os pais para que a criança deixe de compartilhar o quarto dos mesmos o mais cedo possível (preferencialmente aos 4 meses). Estabelecimento de rotinas que incluam atividades silenciosas e sem agitação antes de dormir, assim como evitar a ida ao quarto da criança após qualquer choro. (ver também Medidas gerais para um melhor sono na infância)
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