terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Quando as crianças fazem muitas perguntas, dê muitas respostas

Muitos pais já devem ter ficado à beira da loucura com as crianças perguntando o porquê de tudo. Entretanto, pesquisadores comprovaram que responder adequadamente às perguntas é importante para o desenvolvimento das crianças, em vez de simplesmente responder “porque sim”.

Os pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, realizaram dois estudos com crianças de dois a cinco anos, analisando suas perguntas de “como” e “por quê”, assim como os pedidos por explicações. O estudo também observou as reações das crianças conforme as respostas dadas pelos adultos.

No primeiro estudo, os pesquisadores analisaram as transcrições das conversas diárias de seis crianças de dois a quatro anos com seus pais, irmãos e visitas à sua casa. No segundo, eles observaram as conversas de 42 crianças de três a cinco anos usando brinquedos, livros e vídeos para encorajá-las a fazer perguntas.

Observando às reações das crianças às respostas que recebiam para suas perguntas, os pesquisadores descobriram que elas ficam mais satisfeitas quando recebem uma resposta bem explicativa do que quando não recebem uma resposta. Nos dois estudos, quando as crianças recebiam uma resposta, ela pareciam satisfeitas – concordavam ou faziam uma nova pergunta, sem questionar. Porém, quando recebiam respostas ruins, pareciam pouco satisfeitas, e continuavam repetindo a mesma questão até recebeu uma explicação melhor.

“Observar as trocas das conversas, em especial as reações das crianças aos diferentes tipos de informação que recebem dos adultos em troca das suas questões, confirma que as crianças pequenas são motivadas a procurar explicações”, afirmam os pesquisadores. “Elas usam estratégias específicas para obter as informações: quando perguntam as perguntas de ‘por quê’, elas não estão tentando prolongar a conversa, estão apenas tentando compreender as coisas a fundo”, explicam.

Como a pesquisa foi realizada com um número pequeno de crianças, os resultados não podem ser generalizados, mas sugerem que, a partir dos dois anos, as crianças começam a contribuir ativamente com o processo de aprendizado sobre o mundo ao seu redor – e é papel dos pais ajudar neste desenvolvimento.

Estudo confirma ligação entre plástico e problemas cardíacos

De acordo com cientistas a exposição constante a um componente químico presente em plásticos pode causar doenças cardíacas. A substância, chamada bisfenol A, quando detectada na urina de pacientes, sempre estava conectada a problemas no coração.

Para os especialistas, o bisfenol também pode ter um papel importantes em doenças do fígado e na diabetes.


A substância é normalmente usada para endurecer canos de plástico, garrafas pet de bebidas e outras embalagens de alimentos. Os cientistas agora se preocupam em abolir seu uso em embalagens de alimentos e bebidas, e a U.S. Food and Drug Administration (FDA), o órgão americano que controla a qualidade de remédios e alimentos, já começou a alertar contra o uso deste tipo de plástico em alimentos de crianças. No Canadá o governo já está para lançar uma lei que proíba o uso do bisfenol em mamadeiras.

Os especialistas estimam que o bisfenol pode ser encontrado no corpo de 90% da população da Europa e dos Estados Unidos. Atualmente são produzidas 2,2 toneladas da substância por ano.

Por que bebês só começam a caminhar com um ano de idade?

Uma pergunta que sempre foi inquietante para cientistas é por que bebês humanos demoram um ano para começar a dar os primeiros passos, enquanto outros animais ficam em pé quase imediatamente após o nascimento. Pesquisadores acreditavam que isso acontecia porque o desenvolvimento motor do corpo humano é diferente porque nosso cérebro é mais complexo e porque é mais difícil andar sobre duas pernas.

Entretanto, uma nova pesquisa realizada na Universidade de Lund, na Suécia, descobriu que os humanos começam a caminhar praticamente no mesmo estágio de desenvolvimento cerebral de outros mamíferos, desde roedores até elefantes.

Para realizar a descoberta, os pesquisadores Martin Garwicz e Maria Christensson utilizaram um método pouco convencional, considerando o momento da concepção e não o do nascimento como ponto inicial do desenvolvimento motor para a comparação entre vários mamíferos. Isto revelou uma enorme similaridade entre diferentes espécies: “Humanos têm muito mais células cerebrais e cérebros maiores que outras espécies de mamíferos terrestres, mas quanto ao caminhar, o desenvolvimento cerebral é muito parecido com o de outros animais”, explica Martin Garwicz.

De acordo com os pesquisadores, o estudo lança uma luz sobre a crença de que o desenvolvimento humano é único e diferente do de outras espécies. “Nossa pesquisa contradiz esta suposição e lança novas ideias sobre teorias evolucionárias e da biologia”, afirma Garwicz. ”Nossas descobertas se encaixam bem com as similaridades encontradas nos genomas de diferentes animais”, diz o pesquisador. “Embora o produto final ‘humano’ ou ‘rato’ sejam muito diferentes, a pesquisa sugere que os princípios e blocos de construção do desenvolvimento corporal são quase iguais”, explica.

Os pesquisadores da universidade de Lund compararam 24 espécies de mamíferos, que representam a maior parte dos mamíferos terrestres. Alguns, como os grandes primatas, têm grandes semelhanças genéticas com os humanos, enquanto outros, como os roedores e elefantes, divergiram do caminho evolucionário dos humanos há cerca de 100 milhões de anos.

Apesar desta enorme diferença evolucionária e independente da diferença de tamanho dos cérebros e corpos das espécies analisadas, a comparação mostra que os filhotes de todas as espécies começam a caminhar no mesmo ponto relativo do desenvolvimento cerebral.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Sujeira faz bem as criancas diz estudo

Se você tem medo de deixar que seu filho brinque na terra e prefere maiores cuidados com a sujeira, saiba que cientistas estadunidenses descobriram que ser limpinho demais pode prejudicar a capacidade de cura do corpo do pequeno. De acordo com os pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, uma bactéria que vive normalmente na pele ajuda a prevenir inflamações quando nos machucamos.

Esta bactéria ajuda a impedir respostas do sistema imunológico que fazem com que cortes inchem muito. Especialistas afirmam que esta pesquisa ajuda a confirmar a “hipótese da higiene”, que afirma que a exposição a germes durante a infância ajuda a impedir que o corpo desenvolva alergias. Muitos cientistas acreditam que a obsessão com a limpeza é um dos motivos pelos quais as crianças vêm desenvolvendo cada vez mais alergias em países desenvolvidos.

Bactéria do bem

Os pesquisadores descobriram que as bactérias do tipo estafilococo, muito comuns na pele humana, bloqueiam uma etapa vital nos eventos que levam a inflamações. Ao estudar ratos e células humanas, os pesquisadores descobriram que a bactéria faz isso ao bloquear uma molécula chamada de ácido lipotéico, que age sobre os queratinócitos, as células encontradas na área exterior da pele. O ácido mantém os queratinócitos sem reações inflamatórias exageradas.

Richard Gallo, que realizou a pesquisa, afirma que os resultados são impressionantes porque dão uma base molecular para compreender a validade da “hipótese da higiene”. “Isto pode nos ajudar a desenvolver novas abordagens terapêuticas para doenças inflamatórias da pele”, diz.

Uma porta-voz do organização filantrópica Allergy UK, que cuida de pessoas com alergias, afirma que a pesquisa ajuda a criar uma base mais forte para evidenciar que a exposição aos germes é algo bom. Ainda assim, ela afirma que mais pesquisas são necessárias. “As taxas de alergias triplicaram no Reino Unido na última década, e mais de 30% das pessoas têm algum tipo de alergia”, diz. “Ainda assim, muitas dessas alergias são genéticas, assim como podem ser ligadas ao ambiente em que as pessoas vivem”, aponta. [BBC]

Nova descoberta genetica obesidade morbida infantil

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, descobriram uma modificação em um gene que pode levar à obesidade infantil. De acordo com a pesquisa, a perda de um segmento de DNA pode ser a causa da obesidade mórbida em algumas crianças. O estudo também aponta que a descoberta pode ajudar no diagnóstico deste tipo de problema em crianças, que muitas vezes é identificado como conseqüência de uma alimentação inadequada.

A pesquisa foi realizada com 300 crianças com obesidade mórbida, e algumas das crianças participantes já haviam sido identificadas no Serviço Social britânico como se estivessem em risco pelo excesso de alimentação dada pelos pais. Agora, estas crianças saíram deste registro, que colocava a culpa do problema na causa errada.


A obesidade infantil vem crescendo nos últimos anos, e está se tornando cada vez mais uma questão de saúde pública. Embora muitos dos problemas relacionados à obesidade sejam causados pela alimentação pouco saudável e falta de exercícios físicos, este estudo mostra que alguns podem ser relacionados a falhas genéticas.

Esta pesquisa recente examinou o genoma inteiro das crianças, procurando por problemas na deleção ou na duplicação do DNA, chamadas de variantes no número de copas (CNVs). Ao comparar o perfil genético das crianças obesas com aquelas com peso normal, os pesquisadores descobriram que faltavam algumas partes do genoma no grupo obeso.

Mais especificamente, eles observaram que uma parte faltante no cromossomo 16 parece ter uma ligação importante com a obesidade mórbida. “Nossos resultados sugerem que um gene em particular no cromossomo 16, chamado de SH2B1, tem um papel crucial no regulamento do peso corpóreo e no tratamento dos níveis de açúcar no sangue”, afirma o pesquisador Sadaf Farooqi. De acordo com Farooqi, as pessoas com problemas neste gene têm maior desejo para comer, e ganham peso facilmente.

“Isto se adiciona às várias evidências de que muitas variações genéticas podem ser associadas a um grande desejo por comida”, explica o pesquisador. “Esperamos que a pesquisa altere as atitudes e práticas entre aqueles com responsabilidade profissional sobre a saúde e bem-estar das crianças”, diz.

O médico Matt Hurles, que também participou do estudo, afirma que esta é a primeira vez que um problema nas CNVs foi ligado a condições metabólicas, como a obesidade, embora estes problemas já sejam conhecidos como causadores do autismo e problemas de aprendizado.


Apesar da importância da descoberta, o médico Ian Campbell enfatiza que grande parte das crianças analisadas no estudo não têm problemas genéticos, e que a obesidade, nestes casos, é causada por problemas na alimentação e falta de exercícios. Ele aponta que uma mudança no estilo de vida e uma melhora na alimentação é importante nestes casos, embora as causas e soluções contra a obesidade são complexas.

“O fato que algumas crianças que participaram do estudo estavam afastadas do convívio familiar e voltaram às suas casas é chocante”, diz. “A pesquisa deve acabar com as alegações de que a obesidade infantil é fruto da falta de cuidado dos pais”, afirma o pesquisador, que completa: “Este não é o caso, essas famílias precisam de apoio”. [BBC]

Quando as criancas fazem muitas perguntas de muitas respostas

Muitos pais já devem ter ficado à beira da loucura com as crianças perguntando o porquê de tudo. Entretanto, pesquisadores comprovaram que responder adequadamente às perguntas é importante para o desenvolvimento das crianças, em vez de simplesmente responder “porque sim”.

Os pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, realizaram dois estudos com crianças de dois a cinco anos, analisando suas perguntas de “como” e “por quê”, assim como os pedidos por explicações. O estudo também observou as reações das crianças conforme as respostas dadas pelos adultos.


No primeiro estudo, os pesquisadores analisaram as transcrições das conversas diárias de seis crianças de dois a quatro anos com seus pais, irmãos e visitas à sua casa. No segundo, eles observaram as conversas de 42 crianças de três a cinco anos usando brinquedos, livros e vídeos para encorajá-las a fazer perguntas.

Observando às reações das crianças às respostas que recebiam para suas perguntas, os pesquisadores descobriram que elas ficam mais satisfeitas quando recebem uma resposta bem explicativa do que quando não recebem uma resposta. Nos dois estudos, quando as crianças recebiam uma resposta, ela pareciam satisfeitas – concordavam ou faziam uma nova pergunta, sem questionar. Porém, quando recebiam respostas ruins, pareciam pouco satisfeitas, e continuavam repetindo a mesma questão até recebeu uma explicação melhor.

“Observar as trocas das conversas, em especial as reações das crianças aos diferentes tipos de informação que recebem dos adultos em troca das suas questões, confirma que as crianças pequenas são motivadas a procurar explicações”, afirmam os pesquisadores. “Elas usam estratégias específicas para obter as informações: quando perguntam as perguntas de ‘por quê’, elas não estão tentando prolongar a conversa, estão apenas tentando compreender as coisas a fundo”, explicam.

Como a pesquisa foi realizada com um número pequeno de crianças, os resultados não podem ser generalizados, mas sugerem que, a partir dos dois anos, as crianças começam a contribuir ativamente com o processo de aprendizado sobre o mundo ao seu redor – e é papel dos pais ajudar neste desenvolvimento. [Scientific Blogging]

Infeccoes garganta fusobacterium necrophorum

Novas análises realizadas por pesquisadores da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, sugerem que médicos têm que tomar cuidado com o diagnóstico e tratamento de dor de garganta em adolescentes e jovens adultos. Segundo as novas descobertas, a presença de uma bactéria chamada Fusobacterium necrophorum também deve ser procurada nestes casos.


Geralmente, a dor de garganta é causada por infecções por estreptococos do grupo A, e só nos últimos cinco anos a F. necrophorum passou a ser considerada uma possível causa de faringite em adolescentes e adultos. De acordo com a pesquisa, bactérias deste tipo podem ser responsáveis por até 10% das infecções em pessoas com idade entre 15 e 24 anos. “O mais preocupante é que a bactéria é associada a uma complicação perigosa chamada de síndrome de Lemierre”, explica o médico Robert Centor, que participou do estudo.

A síndrome afeta principalmente adolescentes e jovens adultos, e começa como uma dor de garganta normal, que infecciona a veia jugular após quatro ou cinco dias. As infecções podem se espalhar por outras partes do corpo, e a síndrome pode levar à morte em até 5% dos casos. Estreptococos do grupo A são associados com outra complicação perigosa, a febre reumática, entretanto, a incidência da síndrome de Lemierre é muito mais comum, e tem uma taxa de mortalidade muito maior. “O risco da síndrome excede o risco de febre reumática aguda, que é o motivo mais comum pelo qual os médicos se preocupam com dores de garganta”, afirma Centor.


Se as dores e a inflamação não melhorarem entre três e cinco dias, os médicos devem explicar aos pacientes a preocupação e fazer exames para detectar a presença da bactéria F. necrophorum. Além disso, Centor alerta que médicos devem cuidar para ver os sinais que acompanham a síndrome de Lemierre, como inchaços unilaterais no pescoço, rigor muscular, suor noturno e febre alta. Não há exames rotineiros que detectem esta bactéria, e, para observar a síndrome, é necessário fazer uma tomografia cerebral. O médico ainda explica que o tratamento contra a bactéria pode ser feito com antibióticos agressivos, com uma combinação de penicilina e metronidazol. [Science Daily]