quinta-feira, 29 de outubro de 2009

AMAMENTAR E MANTER OS SEIOS FIRMES E BONITOS. É POSSÍVEL?


O número de mamães que procuram por uma cirurgia plástica de mama vem aumentando anualmente. Na maioria das vezes, elas buscam corrigir a flacidez e/ou a redução do volume mamário, que, inevitavelmente, sofre alterações após a gravidez e, principalmente, a amamentação. Veja a seguir as recomendações de um especialista no assunto

Após a gestação, muitas vezes a pele tende a ficar mais flácida levando à ptose (queda) da mama. Além disso, também é comum a mulher ter seios pequenos e após o parto eles se tornarem mais volumosos, inclusive, após o período do aleitamento materno. Segundo o cirurgião plástico Santiago Garcia Lamelo, da Maternidade Pro Matre Paulista, isso ocorre porque o pleno desenvolvimento das glândulas mamárias acontece durante a gravidez.

“É importante destacar que o ganho de peso gestacional já é um importante incremento de massa gordurosa corporal, evento capaz de aumentar o tamanho das mamas de um a dois números do manequim do sutiã”, explica o cirurgião.

Atualmente, com o avanço da medicina e das técnicas de cirurgias plásticas, essa situação pode ser corrigida com a retirada do excesso de pele e o reposicionamento dos tecidos mamários, a chamada mamoplastia, que se divide em três tipos: de aumento, conhecida como cirurgia da prótese de mama; redutora e a mastopexia, para a correção da flacidez.

De acordo com o especialista, não dispomos de números seguros de quantas cirurgias plásticas de mama são feitas no Brasil. Todavia, diz ele, “para efeitos de comparação podemos citar que nos Estados Unidos são realizadas, anualmente, cerca de 250 mil próteses mamárias”. Particularmente, dr. Santiago nos conta que realiza, por mês, de quatro a oito mamoplastias. Com maior procura durante os meses de inverno e sendo metade delas em mulheres que já são mães.

Mas, mesmo com todas essas possibilidades, é aconselhável que as mamães recorram ao procedimento apenas cerca de um ano após o parto e o médico explica o porquê: “Para aquelas que pensam em realizar a cirurgia e também querem uma segunda gestação, é preciso estarem cientes que a possibilidade de amamentação é bastante variável, isso também vale para as que ainda não têm filhos. A capacidade de produção do leite materno pode ser afetada em diferentes graus, dependendo do tamanho da prótese e do tipo de acesso para a introdução da mesma. Por exemplo, a cirurgia mais procurada atualmente é a mamoplastia de aumento, exatamente a que mais dificulta a capacidade de produção de leite.”

Estatísticas norte-americanas dão conta que de 24% a 64% das mulheres operadas apresentam algum tipo de dificuldade na amamentação. Para dr. Santiago esses dados são muito significa tivos e devem ser levados em consideração se o desejo de amamentar for muito valorizado pela candidata à mamoplastia.

Segundo ele, o principal fator atuante em situações como essa é a atrofia da glândula mamária, que ocorre pela compressão exercida pela prótese. “Este efeito evolui de forma lenta e gradual e leva a diminuição da espessura da glândula mamária em diferentes níveis de hipotrofia ao longo do tempo”, enfatiza o cirurgião.

São vários os formatos de próteses encontrados no mercado e elas pouco influenciam na amamentação. “O que pode interferir, sem dúvida, é o tamanho dela. Sabemos que próteses com volume acima de 300cc aumentam os riscos de complicações potenciais a médio e longo prazo”, afirma. Outro detalhe que, na sua opinião, pode afetar o aleitamento é o tipo de acesso usado para a introdução da prótese. “Sabemos que a via areolar é a que mais apresenta riscos de danificar os ductos mamários durante a sua realização”, conta o cirurgião.

A mamoplastia é considerada um procedimento de porte médio, podendo ser realizada em regime de hospital-dia, com internação por meio período e alta hospitalar na mesma data. “Normalmente utilizamos anestesia local mais sedação endovenosa.

Em alguns casos selecionados indicamos a anestesia geral para promover maior conforto e segurança da paciente”, destaca.

O médico considera que esse tipo de procedimento cirúrgico deve ser realizado em mulheres com mais de 18 anos. “É a partir dessa idade que as nossas pacientes podem avaliar criteriosamente os prós e contras de cada cirurgia. Devemos estar seguros da maturidade emocional da candidata, além do que é nesta faixa etária que as mamas já adquiriram o seu desenvolvimento quase completo”, lembra ele.

Quanto à mamãe que passou por uma mamoplastia e quer engravidar novamente, o conselho é que espere pelo menos seis meses decorridos da cirurgia. Mas, se a paciente deseja um resultado estético mais consistente e duradouro, o conselho médico é: “Aguarde até sua última gestação para então submeter-se à cirurgia. Com certeza, o resultado será mais definitivo”, finaliza dr. Santiago Lamelo.

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